"Apaixonada", dirigido por Natalia Warth e estrelado por Giovanna Antonelli, Danton Mello e Rodrigo Simas, é uma comédia nacional sobre Beatriz, uma mulher de quarenta anos, em um processo de mudanças na maneira de enxergar sua a vida, após a partida da filha para um intercâmbio e sua separação.
Antes de mais nada, devo admitir que como um homem na faixa dos vinte anos, talvez não consiga apreender todas as sutilezas de certas piadas e contextos. O filme, no entanto, em seu início com um ritmo acelerado, não permite uma absorção adequada do conteúdo - ainda mais para aqueles que não pertencem a esse recorte social -, apresentando temas de forma rápida e frenética.
A fim de ter uma linguagem mais moderna, o filme adota um ritmo acelerado, alternando entre diálogos e elementos à la Tik Tok, em que a cada dez minutos de diálogos genéricos e expositivos, há uma montagem com uma música e os personagens fazendo algo. Dessa forma, os primeiros quinze minutos buscam estabelecer múltiplos enredos, porém a falta de construção e conexão emocional com os personagens se tornam evidentes, especialmente com a rápida introdução e morte do pai sem uma devida construção emocional. A quantidade de eventos e subplots geram um ritmo televisivo, juntando com diálogos simples e piadas jogadas contribuem a ausência de um desenvolvimento orgânico na narrativa.
Esta abordagem inicial e outros elementos - momentos propositalmente desconfortáveis e quebras da quarta- parecem refletir uma tentativa de seguir uma fórmula inspirada em séries de comédia renomadas, como "The Office" e "Fleabag", resultando em uma obra que pode carecer de originalidade.
Ao concluir a análise, surge a impressão de que "Apaixonada" poderia ter se beneficiado mais se tivesse adotado o formato de série, permitindo uma exploração mais profunda dos personagens e uma narrativa menos condensada. Apesar de proporcionar momentos divertidos, o filme deixa a desejar em termos de originalidade, construção de personagens e coesão narrativa.
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