Festival aconteceu nos dias 20 e 21 de Junho, no vivo rio
Crédito: Thaís Monteiro / @thaclicando
Embarcando pela primeira vez na cidade maravilhosa, o tão renomeado Festival Best of Blues and Rock, já conhecido por rolar anualmente em outras cidades como São Paulo e Porto Alegre, trouxe nomes como Eric Gales, Joe Bonamassa, Kiko Loureiro e o poderoso Zakk Wylde com seu projeto Zakk Sabbath.
Muito além do entretenimento, o Best of Blues and Rock é um resgate ao legado cultural e às raízes do gênero musical que transformou o mundo da música e permanece influenciando outros gêneros como Jazz, Pop, Hip Hop, Rock e R&B. E em 11 edições, já passaram pelo palco do festival, artistas icônicos e referências globais como Buddy Guy, Tom Morello, Richie Sambora, Joe Perry, até mesmo o próprio Zakk Wylde entre outros.
PRIMEIRO DIA
Com o dia voltando 100% para o blues, o primeiro dia da primeira edição carioca não poderia ser diferente, quem abriu os trabalhos foi o guitarrista norte-americano Eric Gales, fazendo sua quarta passagem pelo Brasil, o músico referido como uma grande futura promessa do Blues, subiu ao palco cheio de carisma e vontade de mostrara potência do blues que corria em suas veias para quem estava presente, mesmo que diante de um público que assistia aos shows sentado, desfilou algumas canções suas como "You Don't Know the Blues" e "Too Close to the Fire", deixando destaque para a jam de "Voodoo Child/Kashmir/Back in Black", que fez a galera indo à loucura ao final do show. Mesmo sendo um show curto, Gales agradeceu à galera dizendo que o Brasil é sua segunda casa e que até aprendeu a falar alguns palavrões em português.
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Seguindo com a noite épica do blues, o fechamento do primeiro dia ficou na mão do grande guitarrista Joe Bonamassa, um dos principais nomes do blues-rock nos Estados Unidos, com mais de 15 discos de estúdio solo e participações em diversas bandas.
Assim, subindo no palco pontualmente as 22 h, com sua banda formada pelo Josh Smith na guitarra base, Calvin Turner no baixo, Lemar Carter na bateria, suas duas backing vocals Jade McCrae e Danielle De Andrea e o icônico tecladista Reese Wynans que fez parte da banda do lendário Steve Ray Vaughan, fizeram uma apresentação esplêndida, digna de se falar do que aconteceu por muito tempo, repleta de groove e muita melodia, arranjos em perfeita sintonia que tocavam a alma de quem estava presente.
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O contraste das vozes graves do Joe com as da Backing vocals se destacaram em boa parte do show, ficando evidente em músicas como Twenty‐Four Hour Blues e Self-Inflicted Wounds, já em Love Ain't a Love Song e “I Want to Shout About It” quem roubou a cena foi o tecladista Reese Wynans, com uma performance digna de um grande tecladista dos tempos de ouro do blues, fazendo lindos arranjos no teclado que combinavam com o clima suave que se misturavam as luzes coloridas no palco.
Com isso, com uma dosagem alta de blues e rock n roll, a apresentação enigmática caminhava para o final, durante toda apresentação é nítido ver o Joe tirar lindas notas da guitarra sem esforço, combinando força e leveza na medida, exalando a serenidade de quem vive e respira o Blues, assim fechou o show com The Heart That Never Waits e Just Got Paid, incrível cover dos gigantes do ZZ Top, fazendo todos se levantarem do lugar e se aproximar do palco e ovacioná-lo de maneira esplêndida.
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SEGUNDO DIA.
Agora, saindo um pouco da pegada do blues, mas sem perder muito da essência dos grandes nomes da guitarra, a abertura do dia ficou na mão de Kiko Loureiro, dando início a turnê do seu novo projeto solo, o tesouro do metal nacional mesmo do pouco tempo de apresentação, entregou músicas que fizeram parte de sua carreira tanto como no Angra, como no Megadeth.
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Do Megadeth, as escolhidas foram “Conquer or Die!” e “Killing Time”, já do Angra, banda que kiko fez parte por muitos anos, fez um super medley de ”Carry On / Spread Your Fire / Nova Era / Morning Star”, e era impossível deixar de fora Nothing to Say que contou com a participação de Bruno Sutter, o Detonador do Massacration nas vozes que soube empenhar bem a função do saudoso André Matos, pois não é qualquer um que tenha potência vocal para encarar com tamanha maestria o legado do mestre André e “Rebith” que contou com participação de Rafael Bittencourt na guitarra, fazendo um reencontro com seu amigo e parceiro de anos de Angra após muitos anos
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Assim, com uma apresentação repleta de técnica e virtuosidade por parte de Kiko e sua banda, o exímio guitarrista carioca que conquistou o mundo brilhou no festival Best of Blues and Rock e provou que ainda tem muita lenha para queimar com essa nova turnê solo.
Seguindo a programação da noite, era chegada a vez do trio do Zakk Sabbath, liderado por Zakk Wylde. Conhecido por ser guitarrista de Ozzy Osbourne e sua banda Black Label Society que volte e meia sempre aterrissa por aqui, no entanto, provando amor pelo seu grande amigo Ozzy e pelo quarteto de Birmingham, Zakk montou esse projeto numa forma de homenagear os pais do heavy metal, com dois discos lançados, já está em sua segunda passagem pelo Brasil.
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Acompanhado dos músicos Joey Castillo, baterista que já integrou Queens of the Stone Age e o baixista John DeServio, seu companheiro de Black Label Society, o trio que subiu ao palco de forma meio despretensiosa, soube ganhar o público logo de cara, a promessa era de clássicos do Sabbath e também alguns lados B e foi isso que Zakk entregou, após a intro de Black Sabbath com o som de tempestade que abre a música, o grupo sobe ao palco com a pesada Supernaut, ainda mais impactante nos riffs do guitarrista que leva o vivo rio a sair do chão com a música e mesmo com seus 1,88m de altura, Zakk usa um mini palco para ficar ainda maior e dedilhar sua Les Paul roxa e preta,
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A próxima é a clássica "Snowblind". Sem pausas e sem silêncio, é um riff emendado no outro, sendo notável o público ecoando em uníssono as notas tocadas por Zakk, que também exibiu todo o seu alcance vocal. O solo dispensa explicações, Wylde possui técnica única, precisão extraordinária e habilidade musical incomparável, movendo-se de um lado a outro do palco. Com a guitarra na frente ou nas costas, ele não erra uma palhetada sequer e dá um show aos entusiastas de plantão.
Com som impecável e no volume máximo como se faz presente em um show de heavy metal de alta qualidade, a cenografia com luzes bem envolventes, contribuiu para uma experiência bem imersiva na obra dos criadores do estilo, e seguindo a set, Zakk encadeou uma sequência matadora para os fãs mais assíduos de Black Sabbath nenhum colocar defeito, tocando músicas como "Under the Sun", "Fairies Wear Boots", "Into the Void" e "Children Of the Grave" que deixam claro a versatilidade vocal de Zakk e a sintonia que tem em sair do microfone rapidamente para fazer seus solos de guitarra sem perder a pose.
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A essa altura já tinha ficado claro o objetivo do grupo: enfiar a mão em seus instrumentos e dar o máximo de peso aos fãs. E logo ao apresentar a banda, veio a poderosa "N.I.B". com seu super Riff marcante no baixo, deixando todos os presentes bem agitados e enlouquecidos, e o encerramento com "War Pigs", após sua famosa sirene a anunciando, levou junto a voz de todo mundo que se esgoelou para acompanhar o grupo.
Para um tributo ao Sabbath, ainda que apenas da fase de Ozzy, faltaram vários clássicos como "Sabbath Bloody Sabbath", "Iron Man", "Sweat Leaf" e a maior de todas, "Paranoid", mas o grupo compensou com a gana e a vontade despejada em seus instrumentos. Os fãs que estiveram presentes no Festival certamente saíram satisfeitos com a aula de heavy metal que o grupo apresentou, mostrando que foram alunos dos mestres ingleses que inventaram todo esse estilo que arrebata milhões de fãs pelo mundo.
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