Com shows no Parque do Ibirapuera, em São Paulo e em uma versão compacta no Vivo
Rio no Rio de Janeiro, foi destaque do evento nomes como Kraftwerk, Jon Batiste, The
War on Drugs, Caetano Veloso entre outros.
Crédito: Thaís Monteiro
O sucessor do Free Jazz fez sua estreia no último final de semana (dia 18 ao 21), e
apesar do pouco público em alguns dias de evento, contou um line up inovador e bem
diferenciado que na aposta de atingir um público mais alternativo conseguiu realizar
uma primeira edição impecável.
E pra começar com o pé direito, a primeira banda a se apresentar no primeiro dia foi
logo de cara o lendário grupo alemão de música eletrônica, o Kraftwerk, considerados
um dos mais importantes da história da eletrônica, comandada pelo fundador Ralf
Hütter fizeram um show antológico, com um telão enorme ao fundo que mostrava
animações e grafismos retrofuturistas e com roupas enfeitadas com neons que trocavam
de cor de acordo com a música, o quarteto mostrou o motivo de serem tão importantes,
e apesar do quarteto se apresentar todo parado em seus respectivos teclados, foi uma
aula do que é audiovisual para quem esteve presente.
Pra fechar o primeiro dia, era vez do Underworld entrega uma performance forte,
fazendo do vivo rio quase uma tenda de rave, com direito a pista de dança, misturando
um pouco do techno e trance, ainda mais por conta de um frontman que expressa tudo
que tem dentro de si, da forma mais visceral possível, e assim captura a plateia do
primeiro ao último momento do show.
Chegando o segundo dia de festival, pra começar em grande estilo, foram convocados
os jovens que prometem ser o futuro do Jazz, a dupla instrumental formada pela
tecladista francesa DOMi Louna, de 22 anos, e o baterista texano Beck, de 19,
conhecidos como DOMi & JD Beck s, fizeram um show com muita virtuosidade, que
misturava o som melódico da francesa com a força suave do texano, há quem diga que o
som deles era meio que mistura prog-jazz, trilhas de videogame, R&B e hip-hop com
orquestrações sofisticadas.
Crédito: Thaís Monteiro
Na sequência, era o momento de uma estrela Nova Iorquina de 23 anos brilhar, a
cantora e compositora Samara Joy, dona de uma voz única, assim que subiu ao palco
encantou todos que estavam ali, trazendo músicas brasileiras mundialmente famosas em
seu repertório, como: “Chega de Saudade”, “Flor de Lis”, mostrou ao público que veio
para emocionar e ao sair do palco foi muito ovacionada e todos ali pediram bis, que
infelizmente devido ao contratempo de horários pro próximo show que também
prometia demais, não foi atendido, mas tudo bem, porque ficou aquele gostinho de
quero mais e com certeza não vai demorar pra que Samara volte e cante mais para nós.
Crédito: Thaís Moteiro
E depois do furacão americano que foi o show da Samara, tava na mão de Jon Batiste
encarar aquele público emocionado, que encarou com uma maestria, o multi
instrumentista fez aquele show pra ninguém colocar defeito, energético, carismático,
com uma emoção do início ao fim, onde todos os músicos faziam um show à parte, um
mix onde todos instrumentos pareciam dançar juntos. Ainda em um show que prometia
ser incrível do ínicio ao fim, promessa é dívida, e pra ficar melhor ainda, Jon fez
questão de celebrar a música negra, além de possuir diversos músicos brasileiros
presentes, como foi ter a percussão foi comandada pela brasileira Nêgah Santos um dos
pontos altos do show foi a presença ilustre da cirandeira Lia de Itamaracá que cantou
junto de Jon as músicas “Janaína” e “Eu vi mamãe Oxum na cachoeira”. Realmente a
mistura de todos acontecimentos foi um show do qual era impossível desgrudar os
olhos, se o show anterior foi quase um furacão, Jon fez questão se assemelhar a uma
força da natureza, mostrou que a música é feita para ser experienciada no ao vivo,
vendo o espetáculo acontecer diante dos nossos olhos.
Crédito: Thaís Moteiro
Por fim, era chegado o último dia de festival no rio de janeiro, e pra abrir os trabalhos
do dia, uma das bandas mais influentes da atual cena indie e alternativa brasileira, os
meninos do Terno rei subiram ao palco e mostraram por que são tão queridinhos na
cena. A apresentação faz parte da turnê do álbum Gêmeos, que foi lançado ano passado,
e que conta com 12 faixas, o disco apresenta influências do rock, mas também passeia
pelo pop e pela sonoridade característica dos anos 2000. Também figuraram na setlist
algumas canções de “Violeta” (2019), outro álbum que foi um grande sucesso do grupo,
com hits como “medo”, “solidão de volta”, “Yoko”, “Dia lindo” entre outras músicas, e
com essa mistura de “Violeta” e “Gêmeos”, a banda embalou o público, que cantou sem
parar durante todo o show.
Na sequência a bola da vez estava com os jovens ingleses do Black Country, New
Road, que já embalaram o público na entrada com “Crazy In Love”, de Beyoncé, e por
ser tratar de uma banda com 6 jovens super talentosos em termos musicais e técnicos,
esbanjando um show bem eclético, um rock bem temperado com saxofones, violinos e
flautas, não decepcionaram em sua primeira visita ao país. Com um show mais focado o
último álbum da banda, “Live From Bush Hall”, o set foi todo repleto de músicas desse
álbum, e quem esteve presente teve a sensação que assistiu teve uma experiência, além
de inédita, única.
E pra fechar a edição carioca do festival com chave de ouro, com status de headliner do
festival e estreando em palcos brasileiros, o viajante grupo americano The War on
Drugs, que fizeram uma apresentação memorável e que apesar de receber um público
não em tão grande quantidade como se esperava, os veteranos deram conta do recado,
entre os hits do grupo, o ponto alto do show era quando o público pedia o tempo todo
pra tocarem a música ‘’Under The Pressure”, e na hora que foi tocada, fazendo uma
versão mais estendida, a galera foi ao delírio cantando em coro junto com a banda.
Com isso, fechando os dias de festival na edição do Rio de Janeiro, o C6 fest em 2023
veio para mostrar tanto em São Paulo quanto no Rio, que as cidades estão preparadas os
festivais de meio de ano, e que não se faz necessário grandes nomes da música mundial,
grandes nomes para serem Headliners, que há espaço para todos os tipos de músicas, e
que há espaço para os músicos jovens assim como os veteranos.
Crédito: Thaís Monteiro
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