Crédito: Mari Pereira | @maripelab
Foi no lendário Webster Hall, em Nova York, que o cantor e compositor Patrick Droney fechou a primeira etapa da turnê do álbum, Subtitles for Feelings. O disco é o segundo álbum lançado pela gravadora Warner, que vem ganhando atenção e é um dos cotados para as indicações ao Grammy neste ano.
Nascido em Lancaster, Pennsylvania, e criado em Linwood, New Jersey, Droney tem um carinho especial pela vizinha Nova York. A cidade foi sua casa oficial por alguns anos quando estudava na Clive Davis School of Recorded Music, na Universidade de Nova York, e morava a algumas quadras do local que então fecharia sua recente turnê, Webster Hall. Orgulhoso, o cantor mostrou até sua carteirinha de estudante - que guarda como relíquia - no começo do show. NY mora nas letras, lembranças e sentimentos de Patrick - hits como “Brooklyn” e “The Wire” são a prova disso. Era sabido então que este seria um show especial.
Antes de subir ao palco, contou com a abertura da jovem Cecilia Castleman. Dona de uma voz suave e cativante, a cantora de 22 anos do Tennessee abriu seu set - apenas com sua guitarra, ora alterando com um violão - agradecendo Patrick pelo convite, contando que aquela é a sua primeira turnê e que seria bom ter uma banda por trás para mascarar seus erros - um jeito fofo de deixar a plateia à vontade. Como ela mesma fala, suas letras são cartas que ela escreve para ela mesma diversas vezes e manda o recado; “não preste atenção, se não você vai saber todos os meus segredos”. Entre o repertório, destacam-se “Pick and Loose” e o principal single, “It 's Alright”.
Pouco mais de uma hora depois, era a vez do protagonista da noite. Droney - um excelente compositor e guitarrista e que já foi comparado com John Mayer - navega entre diversos estilos musicais, atingindo um público diverso e fã de boa música. Há nuances de pop, rock, soul, blues e country music em suas composições.
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Carregando o conceito do lançamento do álbum, que é recheado de referências do cinema e de histórias de “sentimentos legendados”, o cenário traz TVs antigas com videocassetes acoplados com o dizer “em breve nos cinemas próximos de você”, enquanto uma voz apresentava o filme Subtitles For Feelings - The Original Emotion Picture by Patrick Droney. Com um setlist que pouco variava na turnê toda, “Shotgun Rider” chegou para dar o tom animado que o público esperava. Quase sem respirar entre uma música e outra, emendou “Caroline” e “Yours in The Morning”. Praticamente uma catarse para o público pra lá de ansioso.
O show continua com a belíssima “Little by Little” - do primeiro álbum State of The Heart - e o hino “Brooklyn” - hit do EP de lançamento do artista que leva o seu nome. A última, uma das preferidas do público, é cantada em coro. Em seguida, Melissa Fuller, compositora parceira de Patrick e backing vocal desta e da última turnê, inicia lindamente a música “Free” - que é embalada numa jam com o cover de “Feelin’ Allright”, de Joe Cocker, trazendo um groove todo especial num entrosamento incrível com o tecladista Maxwell Butler.
Crédito: Mari Pereira | @maripelab
Ainda com o apoio de sua banda, Droney apresenta composições que fazem parte do novo álbum: “Baby, Baby”, “Poems & Apologies” e “My Grandfather’s Home” - sendo a última apresentada pelo irmão Conor Droney, a primeira participação especial no show.
Neste momento é chegada a hora mais intimista, com Patrick empenhando apenas seu violão para a parte acústica. Luzes refletem a mirrorball que deixa o ambiente inteiro iluminado, criando um efeito impressionante para quem assiste de longe. As escolhidas deste ato são “Glitter” e “On Your Way Home”, cantadas num completo silêncio respeitoso da plateia. Simplesmente encantador.
Crédito: Mari Pereira | @maripelab
A energia retoma com “Go Getter”, canção que leva a expressão de “pessoa determinada” no título. E determinação é o que não falta em Droney, que está sempre reagindo e empolgando a galera que o acompanha. É uma das melhores performances do show, junto com “Stand and Deliver”, também clássica do EP de lançamento e que colocou o cantor no mapa das gravadoras.
Patrick Droney, que aprendeu guitarra com 6 anos por influência do pai, aos 13 já se destacava no meio musical: ganhou o “Prêmio de Nova Geração” da Robert Johnson Blues Foundation”. Ainda na adolescência, o músico já dividia o palco com nomes de peso como B.B. King e James Brown. É com esta bagagem e influência que temos a melhor e mais emocionantes entregas da noite: ao lado do seu pai, Dr. Timothy Droney - que era músico profissional mas decidiu seguir a carreira da medicina - o filho prodígio leva o público ao delírio ao apresentar o hit.
Finalizando as participações especiais do show, Patrick convida Cecilia Castleman para a performance de “Ruined”, uma das baladas mais aclamadas do artista, seguindo o set com “Like The Water” e “High Hope”. A última, que tem o maior número de streams em seu Spotify, fecha o set de maneira maestral.
Após uma plateia maravilhada com tanta energia, apresentações impecáveis e mensagens profundas, Droney e banda não demoram a retornar ao palco para o bis. Uma ode à Nova York é entoada com “The Wire” e em seguida, já com uma voz cansada e querendo se despedir com diversão, o músico convida o público para cantarem juntos uma das músicas mais esperadas da noite: “Runaway”, que carrega o nome da turnê atual.
Entre risos, choros, cafunés, solos de guitarra em família e muita emoção, a Runaway Tour encerra assim sua primeira etapa norte-americana. Droney e banda retornam para um único show em Londres, em 29/10 - com ingressos esgotados. Um mês depois, em 28 de novembro, a segunda leg nos Estados Unidos começa em Atlanta, na Georgia. Será que teremos updates no setlist até lá? Por aqui fica o desejo de que, um dia, Patrick venha apresentar seus hits em solo brasileiro.
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Resenha colaborativa com o fansite @patrickdroney_br
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