Apresentação aconteceu no último domingo (29), no Allianz Parque.
Comemorando 60 anos de carreira, Eric Clapton, um dos últimos sobreviventes do blues, encerrou sua passagem pelo Brasil fazendo uma apresentação memorável, desfilando hits clássicos de sua longa carreira e demonstrou o motivo de ser um dos maiores nomes da guitarra em atividade.
A abertura ficou por conta de Gary Clark Jr., cantor e guitarrista norte-americano vencedor de quatro Grammys e bem conhecido no meio do público do blues, além de já fez algumas participações em shows do Eric, foi o mesmo músico que abriu os shows de Eric em sua última passagem pelo Brasil, há 13 anos.
Com uma apresentação não tão duradoura pelo curto espaço de tempo que havia entre os shows, Gary chamou a responsabilidade e fez de tudo para aquecer os motores para a grande noite dedicada aos Blues e ao Rock n’ Roll Clássico.
Desfilando alguns de seus principais hits como “When My Train Pulls In”, “What About the Children” um belo cover de Stevie Wonder e “Bright Lights”, o músico ainda arriscou algumas jams de improviso com sua banda, como todo blueseiro gosta de fazer em seus shows, diferente de 13 anos atrás em que estava ainda no início de sua caminhada como música, dessa vez Gary Clark Jr. Estava mais seguro de si, enfrentando de peito aberto a multidão do estádio que esperava ansiosamente pelo seu mentor, e dinossauro do Rock.
Fechando a apresentação com “Habits”, Gary deu o recado de que, se depender dele, esse gênero tão pouco explorado pelo público brasileiro, que apesar de quase extinto, ainda pode caminhar por anos e respirar ainda o mesmo ar das futuras gerações de fãs que há de aparecer por aí.
Agora, sim, com motores devidamente esquentados, por volta das 21h, de modo bem pontual como um bom britânico, Clapton e sua banda que já o acompanha por mais de 20 anos, já chegaram com pé na porta, “Sunshine of Your Love” de sua antiga banda Cream fez o estádio vibrar logo de cara com os primeiros acordes, e a cada nota que era executada, já era muito perceptível que em segundos de apresentação, o professor Clapton já tinha sua classe sob total atenção na aula que estava prestes a dar.
Prosseguindo com o show, a banda não segurou a onda e emplacou hits atrás de hits, como “Key to the Highway", “I’m You Hoochie Choochie Man” e outra super música do Cream, “Badge” que fez todo fã delirar ao ouvir.
Por hora, colocando as guitarras elétricas de lado, Clapton faz o show por etapas, e agora era o momento mais acústico do set, momento no qual era esperado por muitos, já que grades canções suas foram arranjadas no violão, perfeitas para aquele momento mais ameno e tranquilos, entraram no set acústico músicas como “Running on Faith” e a clássica “Change the World”, porém Eric parecia estar guardando um coelho na cartola e de repente convidou o músico brasileiro Daniel Santiago para executar “Lovely Stanger”, “Believe in Life” e a poderosa e emocionante “Tears of Heaven”, música que marca uma tragédia na vida pessoal de Eric, que com certeza emocionou o músico assim como a plateia também se sentiu parte do sentimento que o músico transmite nessa canção.
Assim, deixando agora de lado o violão e voltando para as guitarras elétricas, Eric parecia não estar satisfeito com a grande apresentação que havia feito até o momento e que gostaria de tornar o momento histórico, logo ao colocar a correia de sua guitarra, deixou bem afinada e logo já começou a tocar “Got to Get Better in a Little While”, clássica canção de sua outra banda Derek and the Dominos, música que até o Brasil não estava aparecendo muito no set e que começou a fazer parte.
Já chegando na reta final do show, o desfile de hits não parecia querer terminar, com “Old Love”, “Crossroad Blues” e a super poderosa “Cocaine”, Eric mostrou por ser uma das maiores lendas da guitarra, e porque está carregando a faixa de capitão de maiores guitarras da história por tanto tempo, pois desde os anos 1960, já tinha o título de “Clapton is God”.
Após uma breve pausa para o Bis, Eric e banda retornaram ao palco junto de Daniel Santiago para a execução de “Before You Acuse Me” e por fim encerrar sua passagem pelo Brasil, que após 13 anos de espera, seus fãs e súditos de um bom solo de guitarra puderam presenciar a grande apresentação dessa lenda, e que para quem esteve presente, foi uma noite mágica e memorável que jamais irá ser esquecida, e que os bons deuses da guitarra permitam que Eric volte logo.
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