Crédito: Allan Menezes
Após 4 anos sem pisar em solo brasileiro, o Foo Fighters voltou a animar seus fãs em
uma apresentação histórica com duração de quase 3 horas, bastante eletrizante, memorável e muito emocionante, que ainda contou com apresentações dos grupos Wet Leg e Garbage.
Como muitos já sabem, o grupo iriam se apresentar no Brasil em março do ano passado,
como uma das atrações principais do Lollapalooza São Paulo, mas precisou cancelar o
show devido ao falecimento do baterista Taylor Hawkins dois dias antes na Colômbia.
A apresentação faz parte da turnê do atual disco lançado recentemente “But Here We
Are”, disco lançado em homenagem ao falecido baterista e a mãe de Dave Grohl que
também faleceu no ano passado.
Em um dia com o clima tipicamente curitibano onde tivemos sol, tempo fechado, frio e
calor alternando em questão de minutos, quem abriu os trabalhos da noite foi a dupla
inglesa do Wet Leg formado por pelas guitarristas e vocalistas Rhian Teasdale e Hester
Chambers que acompanhadas um trio de apoio formado por baterista, baixista e outro
guitarrista, que ajudam a preencher o som que mistura pós-punk com britrock alternativo
meio indie rock carismático, entregaram em 50 minutos de apresentação uma
performance cru e direta, tocando 10 das 12 músicas de seu único álbum lançado no ano
passado e que leva o nome da banda.
Por hora, chegando em torno das 19:45h após uma montagem rápida de palco, era a vez
do Garbage, banda que por sua vez veio ao Brasil a pedido do próprio Foo. Conhecida
por ser umas das poucas bandas que ainda levantam a bandeira do Grunge por aí, o
grupo subiu ao palco colocando a animação do público no alto, a vocalista
escocesa Shirley Manson, que após desfilar com seu visual exuberante e seus hits como
“Supervixen”,”Only Happen when it rains”; e “Crush”, mostrou que o gênero
segue mais vivo do que nunca e que tem muita energia ainda pela frente. Para finalizar antes de tocar as músicas”I Think I’m Paranoid”e “Stupid Girl”, Manson Apresentou a banda, deixando em destaque o baterista Butch Vig, no qual é famoso por
ser produtor de diversos discos de extrema importância como o “Nevermind” do
Nirvana e “Wasting Light” do Foo Fighters, que para muitos fãs é dado como o melhor
disco da carreira do grupo.
Agora sim, o momento do reencontro mais esperado por muitos fãs, sem muito suspense, Grohl, Nate Mendel, Pat Smear, Chris Shiflett, Rami Jaffee e o
mais novo membro Josh Freese abriram o show exatamente às 21h, e como de
costume do jeito como tem sido os shows da turnê, já chegaram tocando a super música
explosiva “All my life” que faz qualquer fã gritar e pular instantaneamente, e logo com
gritos eufóricos e flashes pareciam compor o repertório da banda, que logo em seguida
tocou “The Pretender”, “Learn To Fly”. Assim, sem deixar a peteca cair, antes de tocar a música “No son of mine” tocou trechos de “Enter Sandman” do Metallica e “Paranoid”, do Black Sabbath só pra dar aquela aquecida na galera e pra mostrar que a noite estava apenas começando e que seria muito especial, pois logo foi tocada a música “Rescued” no qual faz clara alusão às perdas repentinas que Grohl sofreu no último ano, assim como “Under You”, “The Teacher” e “The glass”, que foram tocadas ao longo da apresentação, mas que durante essas, o público não parecia tão animado quanto as outras.
Assim, o Foo Fighters ia se apresentando em total sintonia com o público. Palmas,
gritos e flashes de celulares deram o tom da empolgação dos fãs. Contagiada pelo clima,
a banda retribuía esticando a duração das músicas, nem que isso significasse vários
minutos de improviso em cima do palco, como foi o caso de “Times Like These” e o
medley que rolou, incluindo o solo de guitarra de Pat Smear, covers como “Sabotage”,
“Keyboard Solo Blitzkrieg Bop” , “Whip It”, “March of the Pigs” e ainda Dave
Grohl tocando “Stairway to Heaven” do Led Zeppelin.
Em seguida, os fãs cantaram em plenos pulmões canções que marcaram os 27 anos de
estrada do grupo americano, como “My Hero”, “These Days”, “Walk”, “Monkey
Wrench”. No entanto, o show entrando na reta final, veio um dos momentos mais
lindos e emocionantes. Antes de Grohl tocar os primeiros acordes de “Aurora”, o
símbolo da Águia ao fundo que remete a Taylor Hawkins aparecia e o silêncio se
misturando ao choro do público, dave fala para o público que a banda vai tocar essa
música pelo resto da vida em seus shows, já que ela era a favorita de Taylor Hawkins. E
assim então vem a linda música, com direito a chuva de balões brancos jogados para o
ar.
Com mais de duas horas de show, o Foo Fighters, ainda cheio de energia, Grohl parecia
mais emocionado do que nunca. Para encerrar o espetáculo, o grupo tocou a aclamada “Everlong”, que aqueceu os corações dos fãs ao soltarem a voz junto a Grohl e tomar todo o Estádio do Couto Pereira em Curitiba em um lindo coro uníssono, deixando show marcado para sempre pela energia contagiante da banda, assim como momentos mais tristes, como a homenagem ao antigo baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins.
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