Apresentação aconteceu na última sexta feira (13), no Espaço Unimed
Crédito: Divulgação
Isso mesmo, por pelo menos 14 vezes, a frase “Deep Purple no Brasil” foi publicada em algum meio de comunicação desde a primeira vinda da banda, em 1991, que, junto aos dois shows da turnê atual, a One More Tour, completa 75 apresentações em solo nacional, figurando entre as bandas de rock internacional que mais tocaram por aqui.
Depois de 1 ano e 5 meses dos últimos shows no Brasil, a banda liderada por Ian Gillan se apresentou no dia 13 de setembro no Espaço Unimed, em São Paulo, show que antecede a primeira vez da banda tocando no Rock in Rio.
Do lado de fora, já era possível sentir a vibe. Não havia tanta mistura geracional; a maioria eram pessoas que realmente viveram o auge da banda, que se confunde com a história do rock. Os cabeludos agora ostentavam cabelos brancos, ou às vezes nem tanto cabelo assim. Entre eles, compartilhavam histórias e experiências musicais enquanto tomavam uma cerveja para amenizar o calor dos dias com a pior qualidade do ar da história de São Paulo.
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Os portões foram abertos às 20h, e a casa foi timidamente ficando cheia, já que, sem banda de abertura, talvez não valesse tanto a pena esperar em pé por duas horas até a entrada do Deep Purple. Em compensação, era muito comum ouvir daqueles que entraram mais cedo que não aguentavam mais esperar, que o pé já estava doendo e que ficavam indo para lá e para cá para comprar algo no bar, o que causou alguns estresses na plateia.
Um pouco depois das 22h, uma música clássica anunciava o início do show: tratava-se de Mars, the Bringer of War, uma música que faz parte da obra The Planets, composta por Gustav Holst, criando um clima épico para a entrada da banda, que começou tocando o clássico "Highway Star", energizando a plateia logo de cara.
A banda tocou músicas do álbum mais recente, lançado neste ano, homônimo ao nome da turnê, e é incrível como eles não perderam a sua essência em termos de composição. Tanto que, ao vivo, é quase imperceptível a diferença entre as músicas mais antigas e as mais novas, tamanha a consistência talentosa que usa os mesmos elementos que os tornaram um dos maiores nomes do rock.
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Solos de guitarra, bateria, baixo e teclado rechearam o setlist e deram uma roupagem diferente a algumas músicas, sendo inseridos de forma inteligente, demonstrando o talento de cada músico, e eram acompanhados por olhares hipnotizados e retribuídos com merecidos gritos e aplausos.
Ian Gillan demonstrou muito carisma e uma fofura que você espera de um avô. Ele fez dancinhas, tocou sua pandeirola, gaita e interagiu com a plateia com alguns monólogos entre as músicas, com seu sotaque britânico, sempre criando ganchos para as músicas, como em "When a Blind Man Cries", onde ele dedicou a canção a pessoas menos afortunadas, e em "Uncommon Man", dedicada ao ex-tecladista da banda, Jon Lord, falecido em 2012.
Apesar de Perfect Strangers ter ficado de fora, clássicos como "Anya", "Black Night", "Hush" e, é claro, "Smoke on the Water" estiveram presentes no setlist, resumindo um pouco dos mais de 50 anos de história do Deep Purple em uma apresentação incrível de quase duas horas.
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É muito bonito ver uma banda com uma história tão longeva, onde quase todos os integrantes já beiram os 80 anos e ainda conseguem sustentar um show incrível, bem como a sinergia com o novo guitarrista, Simon McBride, que entrou no grupo em 2022 e trouxe uma energia sem igual para o Purple.
Que sorte a nossa ainda podermos ter a oportunidade de assistir a um show do Deep Purple! É uma aula de consistência musical, não expressada com exageros, mas sim com talento instrumental e vocal. Um som datado no melhor dos sentidos, onde a banda se manteve fiel ao que a levou a ser uma das maiores da história.
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