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Placebo em São Paulo: meu show, minhas regras.


Crédito: Jessica Marinho/Wikimetal


Após 10 anos de sua  última apresentação em São Paulo, o grupo britânico noventista voltou a se apresentar em solo nacional em única apresentação no Espaço Unimed, e apesar do protagonismo da banda, o que se destacou durante e após o show, tanto nas rodas de conversas de quem estava presente quanto na internet, foi o pedido da banda para o público não utilizar o celular para fazer imagens durante o show. 


A noite começou com a dupla Big Special, que também veio da “terra da rainha” e fizeram um show pra lá de estranho. Formada por Joe Hicklin nos vocais e Callum Moloney na bateria, a banda trouxe um estilo de rock bem peculiar, onde o vocalista verbalizava suas letras como se contasse histórias, com uma pinta de maluco enquanto tomava uma garrafa de 1,5L de água vez ou outra. Já o baterista, fazia a base das músicas e a todo momento tentava animar a plateia soltando o famoso som de Air Horn, popularizado pelo DJ Cipha Sound. O show não empolgou, e quem estava lá timidamente balançava a cabeça com o ritmo da música e aplaudia por educação, talvez não tenham levado a sério a banda, talvez nem os próprios músicos se levam a sério. 



Crédito: Jessica Marinho/Wikimetal


O Placebo entrou no palco exatamente às 20h, após a mensagem no telão pedindo para o público não usar os celulares ser exibida por bastante tempo e lida em alto e bom português para ninguém se passar por desentendido. 


Quem foi ao show desavisado, se decepcionou com a falta de hits antigos, pois tiveram que ouvir praticamente o álbum mais recente inteiro: Never Let Me Go, lançado em 2022. Muitos ficaram literalmente boiando durante as músicas mais novas enquanto os fãs mais assíduos se emocionaram e cantaram a plenos pulmões cada música, alguns até se arriscando a filmar alguns trechinhos com receio de serem repreendidos por outros fãs. 


Esse clima de tensão entre quem comprou a ideia de não filmar o show e quem queria guardar uma lembrança do show foi nítido, gerando até alguns momentos de estresse entre alguns grupos de pessoas. Por mais que fosse um pedido até educado por parte da banda, o que se viu foi uma certa repressão a quem tentava registrar a apresentação: seguranças em frente ao palco miravam lanternas nos telefones e o vocalista Brian Molko por muitas vezes mostrava o dedo do meio para quem o filmava. 


Crédito: Jessica Marinho/Wikimetal


A banda apesar de ter uma qualidade sonora quase impecável, soando praticamente como em estúdio, tanto em questão instrumental quanto vocal, fez um show bastante robótico e roteirizado, tendo poucas interações, como quando disseram que fazia 10 anos que não tocavam no Brasil e uma conversa com a plateia antes de tocar Happy Birthday in the Sky, onde aproveitaram o tema da música para celebrar o aniversário do guitarrista Bill Lloyd, fazendo com que a público cantasse parabéns para ele. 


As últimas músicas deram ânimo para quem estava presente e o ponto alto da noite foi quando tocaram The Bitter End, um dos momentos que mais havia transgressores da "lei anti-celular", daí pra frente o pessoal já não estava mais tanto aí. 


O bis fechou com uma mistura de novo com o velho com Taste in Men (2000), Fix Yourself (2022) e a tão aguardada Running Up That Hill (2006), cover da Kate Bush que fez sucesso tocando no seriado da Netflix: Stranger Things. Após o final da música, o público se recusava a sair enquanto rolavam burburinhos e crescia a esperança de soltarem algum clássico inesperado, mas ali quem manda é o Placebo e obedece quem tem juízo e não filma o show.

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