Foto: Camilla Lago | Camillalago_photo | @glowpopbr
A banda liderada por Pelle Almqvist voltou ao Brasil, e desta vez não foi em um festival. Já estava mais do que na hora de terem o palco só para eles, afinal, merecem ser o centro das atenções.
A relação da icônica banda sueca com o Brasil começou em 2008, quando tocaram por quatro dias seguidos em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, na turnê “The Black & White Tour”. Desde então, vieram outras três vezes, marcando presença em festivais como a segunda edição brasileira do Lollapalooza, em 2013, e do Primavera Sound, em 2023.
O público demorou um pouco para encher o Tokio Marine Hall, talvez pelo fato de o show ter ocorrido no meio da semana, aliado ao trânsito caótico de São Paulo, o que fez com que muitos chegassem após a abertura dos portões, fugindo do padrão de filas gigantes de fãs ansiosos para ficar o mais perto possível da banda. Alguns se vestiram a caráter, de terno, no estilo do grupo.
O show começou com a famosa Marcha Fúnebre, em referência a Randy Fitzsimmons, o personagem fictício/algo como um alter ego, que tem sido o compositor da banda. Ele está "morto", ou pelo menos é o que o mais recente álbum, The Death Of Randy Fitzsimmons, sugere.
Foto: Camilla Lago | Camillalago_photo | @glowpopbr
Apesar da melancolia que a Marcha Fúnebre traz, o público explodiu de energia logo nas primeiras batidas, com músicas novas como "Bogus Operandi" e "Rigor Mortis Radio", alternadas com clássicos como "Main Offender" e "Walk Idiot Walk".
Incansável, o grandioso Pelle é um daqueles frontmen que fazem o preço do ingresso valer a pena. Ele sobe ao palco com a mesma energia do primeiro show no Brasil, em 2008. Suas peripécias vão desde jogar e rodar o microfone pelo cabo, até correr de ponta a ponta do palco sem parar, além de descer para cantar com a plateia em praticamente todas as músicas.
Misturando português e espanhol, e com algumas frases anotadas no chão, Pelle tentava se comunicar com o público entre as músicas, inclusive puxando um “Parabéns pra você” para os aniversariantes da platéia.
O novo álbum, The Death of Randy Fitzsimmons, prova que a banda não precisa seguir tendências ou mudar drasticamente seu som para se manter relevante. Metade das músicas do show eram do novo disco, e, sinceramente, as diferenças entre elas e canções de álbuns mais antigos, como Veni Vidi Vicious, Tyrannosaurus Hives e The Black and White Album, eram imperceptíveis — todas foram muito bem recebidas e agitaram bastante a galera.
Foto: Camilla Lago | Camillalago_photo | @glowpopbr
O show foi dividido em duas partes, com um intervalo para a banda recuperar a energia. Eles voltaram com um bis intenso, emendando "Come On!" com "Smoke & Mirrors" e terminando em grande estilo com "Tick Tick Boom", onde cada membro da banda teve sua apresentação individual. Houve brincadeiras com a famosa frase “Come to Brazil” e uma espécie de gincana em que Pelle Almqvist pede para que todos se agachem e depois pulem juntos ao ritmo da música.
Exceto por essa apresentação e a do Primavera Sound em 2023, a banda estava há quase 10 anos sem tocar no Brasil (a última vez havia sido em 2014). Então, aproveite cada oportunidade que tiver, porque ver The Hives ao vivo é uma experiência que você precisa ter pelo menos uma vez na vida!
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