De 26 a 28 de abril de 2024, aconteceu segunda edição do Summer Breeze, o festival, de origem alemã, realizado no Memorial da América Latina e contou com atrações como Gene Simmons Band, Sebastian Bach, Epica, Within Temptation, Anthrax e Mercyful Fate entre muitos outros
Diferente da edição anterior, dessa vez o festival contou com um dia a mais e com um palco extra para o público, ao total de 4 palcos espalhados: Hot Stage, Ice Stage, Sun Stage e a novidade da vez, o Waves Stage, localizado na outra extremidade do Memorial.
Além dos grandes shows como já mencionados, o evento contou com presença de feiras de games e tatuagens, espaços culturais e destinados ao lazer do público, áreas destinadas à gastronomia, espaços reservados para sessões de autógrafos com bandas pré-determinadas pela produção e auditórios onde ocorreram palestras de grandes nomes do heavy metal mundial como o vocalista do Kiss, Gene Simmons, a qual foi a sessão mais procurada do evento.
SEXTA-FEIRA.
Com horário de abertura dos portões previsto para 10 horas e o início dos shows às 11 horas, tudo foi ocorrendo normalmente como se esperava e assim era dada a largada para o início do festival que prometia incendiar o memorial da América Latina durante o final de semana inteiro.
E para começo de conversa, quem deu o pontapé inicial do festival foi a banda sueca formada por brasileiros Nestor, tocando canções de seu único disco “Kids in a Ghost Town” (2022) no palco Ice Stage. Logo em seguida, foi a vez do Cultura Tres, banda que tem Paulo Xisto (Sepultura) no baixo, subir no palco do Sun Stage.
Crédito: Marcos Hermes / Cultura Tres
Assim, com o público que ia chegando aos poucos aos Memorial, quem marcava presença forte era o Sol de meio-dia, que não perdoava o público presente, que além do visual bem hard que tomava conta na sexta-feira, bonés e protetores solares também chamavam bastante atenção.
Daí em diante a correria tomou conta do festival, com o Flotsam & Jetsam subindo no palco do Hot Stage e Clash Bulldog’s no Waves Stage praticamente no mesmo horário, enquanto os cariocas do Clash botavam para quebrar de um lado da ponte do festival, a outra banda internacional que era bem aguardada pelo público por estar pisando pela primeira vez em terras tupiniquins.
Porém, o primeiro destaque do dia ficou por conta de um dos vocalistas de metal mais famosos do Brasil, o Edu Falaschi. Que nem mesmo o sol forte foi capaz de segurar o público que chegava firme para assistir ao show do Ex-vocalista do Angra, no qual tocou sucessos de sua carreira solo, além de seus sucessos da época em que estava no Angra, como “Bleeding Heart”, “Acid Rain” e “Spread Your Fire”.
Crédito: Rapha Garcia / Edu Falaschi
Saindo um pouco do power metal brazuca no Ice Stage, era vez do Hard Rock dos americanos do Black Stone Cherry assumir o Hot Stage com um desempenho extremamente enérgico. O quarteto demonstrou muito carisma e presença de palco, fazendo o público gritar e pular apesar do calor insuportável.
Assim, virando a chave dos gêneros mais uma vez, chegando no início da tarde, era chegada hora os fãs mais assíduos de Thrash metal irem ao delírio, o quinteto do Exodus liderados pelo vocalista Steve Souza e o guitarrista Gary Holt que também integra outra banda lendária de thrash metal, Slayer, chegaram com pé na porta. Enfileirando clássicos atrás de clássicos como "Bonded By Blood", "And Then There Were None", "The Toxic Waltz", não deixou o público descansar em nenhum momento, fazendo assim um grande show e mostrou o porquê de serem a razão de serem uma das lendas do Thrash Metal norte-americano.
Crédito: Rapha Garcia / Exodus
Antes de começar a sequência de atrações de hard rock mais aguardadas da noite, do outro lado da ponte no palco Waves, rolava o show da banda Massacration com suas paródia Heavy Metal, e assim como eles, tocaram outras bandas por lá, como Sioux 66, Zumbis do Espaço, Minipony, Alchemia e Electric Mob.
Agora, sim, após a aula de Thrash metal, era vez do ex- vocalista do Skid Row, Sebastian Bach, entrar em ação, junto de sua banda formada por Brent Woods na guitarra, Clay Eubank no baixo e Andy Sanesi na bateria, o Tião, como é carinhosamente chamado pelos fãs, cantou grandes sucessos de sua antiga banda, como "18 And Life", "I Remember You", "Youth Gone Wild", ainda até arriscou um cover de RUSH, “Tom Sawyer”.
Créditos: Wellington Penilha e Marcos Hermes / Sebastian Bach
Imediatamente, logo após Tião fazer muita gente voltar no tempo com um show energético e digníssimo, era vez de Mr. Big subir ao palco para mostrar todo o talento e virtuosidade dos músicos que estão fazendo sua turnê de despedida, o quarteto formado por Eric Martin na voz, Billy Sheehan no baixo, Paul Gilbert na guitarra e Nick D'Virgilio na bateria, era aquela seleção de músicos para técnico nenhum colocar defeito, tamanha habilidade que cada um tem com seus respectivos instrumentos, e isso fica evidente quando coloca a prova, músicas como “Daddy, Brother, Lover, Little Boy” (The Electric Drill Song) e “To Be With You”. E para finalizar o show, um super cover de “Baba O’ Riley” do The Who, que fez o público ter oportunidade de soltar a voz.
Crédito: Rapha Garcia / Mr. Big
Chegando por volta das 20h, para fechar a noite do Hot Stage, a lenda do Kiss, Gene Simmons e sua banda solo composta por Brent Woods (que já havia tocado antes com Sebastian Bach) e Jason Walker nas guitarras, e do baterista Brian Tichy, chegaram para incendiar a noite do Summer, e logo de cara o eterno baixista linguarudo mostrou que não estava para brincadeira, com um repertório quase 100% dedicado a sua antiga banda e no auge dos seus 74 anos mostrou que tem bastante estrada pela frente
Simultaneamente, enquanto rolava o encerramento do palco Hot Stage, os fãs mais assíduos de hardcore se encaminharam para acompanhar o show dos americanos do Biohazard.
Mas voltando ao show principal de encerramento do primeiro dia de Summer Breeze, Gene Simmons começou os trabalhos com “Deuce” e na sequência “Shout It Out Loud” e “Detroit Rock City”, assim você já consegue imaginar a tamanha qualidade que vai ser o show, que ainda contou com os interessantes covers de "Communication Breakdown" do Led Zeppelin e "Ace Of Spades" do Motörhead, no qual fez a galera ir ao delírio gritar sem parar o nome de Lemmy Kilmister.
Créditos: Diego Padilha e Arthur Waismann / Gene Simmons Band
E por fim, era chegado o fim do primeiro dia de festival. Gene encerrou o show com a incrível performance de “Rock n’ Roll All Nite”, música que também costumava fechar os shows de sua antiga banda, só que dessa vez tinha uma cereja do bolo. Diversas fãs foram convidadas para subir ao palco, para pular e cantar junto ao vocalista.
Assim, encerrando o primeiro dia com uma aula de alto nível de performance e rock n’ roll.
SÁBADO
Após um primeiro dia de festival apoteótico, era a chegada a vez de um segundo dia que prometia fazer o metaleiro bater cabeça até tarde da noite, com sol de 11 horas estourando em cima da galera assim como o dia anterior, mas não foi motivo de desânimo, pois a galera já chegava em peso desde cedo.
E para esse dia, quem abriu os trabalhos foi a banda Nervosa diretamente do Ice Stage, que mesmo diante do sol, não decepcionou, ainda que contou participação especial da vocalista Mayara Puertas, do Torture Squad, e ainda certo ponto do show, as cordas da guitarra da Prika Amaral, que arrebentaram, mas isso não impediu da vocalista jogar a guitarra de lado e continuar a cantar em alta performance.
Assim, após o show estrondoso das meninas, quem daria as caras para inaugurar o Hot Stage eram os californianos do Forbidden, para mostrar o quanto são respeitados no cenário Thrash, abrindo o show com “Follow Me”
Créditos: Wellington Penilha / Korzus
Antes de começar o segundo show do Ice stage, foi a vez da banda Sinistra e do Thrash Metal Brasileiro do korzus se apresentarem no outro lado da passarela, para aquecer muito bem o dia dedicado ao Thrash, Power e Symphonic Metal que estava apenas começando.
Crédito: Marcos Hermes / Gamma Ray
Agora voltando ao palco principal, era a vez da do Gamma Ray, liderado por Kai Hansen, do Helloween, subir ao palco pontualmente às 13:10 hrs, fazendo valer a pena a ida de cada fã de Power Metal que ali estavam, presenciando uma banda que estava super entrosada tocando clássicos como “Somewhere Out in Space”,“Send Me A Sign” e “Heaven Can Wait”, os vocais de Frank Beck e as guitarras de Henjo Richter pareciam estar num ritmo melódico só.
Créditos: Marcos Hermes e Rapha Garcia / Angra
Bem pouco depois da aula de Power Metal Alemão, entrou em ação o Power Metal brasileiro do “Angra” no palco ao lado, atravessando por todas as fases da banda, o grupo liderado por Rafael Bittencourt fez um show de altíssimo nível, entretanto havia o problema do som, algumas pessoas do público estavam reclamando do som que estava exageradamente alto, mas nada que abalasse a grande potência que essa banda tem para entregar ao fiel público, além de músicas como “Carry On”, “Nova Era”, ficou em destaque no set a música “Vida Seca”, parceria com Lenine que botou os metaleiros para cantar.
Eram já quase 16h, quando o show do Angra estava para terminar, boa parte do público já lotava a frente do palco do hot stage para assistir uma das bandas mais aguardadas do dia, e assim, saindo do Power Metal e dando espaço ao Gothic Metal, os italianos do Lacuna Coil subiram ao palco ao som de “War Pigs” e logo abriram os trabalhos com a poderosa “Blood, Tears, Dust” e emendando logo em seguida "Reckless" e "Trip The Darkness".
Créditos: Wellington Penilha e Marcos Hermes / Lacuna Coil
O grupo liderado por Andrea Ferro e Cristina Scabbia mostraram o motivo de serem umas das atrações que mais fez as pessoas entupirem a frente do palco, a sincronia entre os vocais, os trajes bem exuberantes e as maquiagens bem fortes diante do sol escaldante, de fato entregaram um show forte e impactante, um dos momentos que mais se destacaram, foi quando tocaram a “Enjoy The Silence” do Depeche Mode em uma versão mais heavy.
Logo, antes de começar a próxima atração do palco principal, a banda The Night Flight Orchestra roubava a cena no palco Sun Stage. Por alguns transeuntes presentes, era possível ouvir que estava sendo facilmente realizado o melhor show da edição, fazendo um show dançante e expressivo.
Crédito: Diego Padilha / Hammerfall
Agora, já no início do fim da noite, de volta ao palco principal, era chegada do metal dos suecos do Hammerfall, começando com “Brotherhood” já colocou os metaleiros para bater cabeça logo na primeira música, inclusive é o que não faltou nesse show, músicas poderosas para os metaleiros baterem cabeça, músicas como “Last Man Standing” “Hearts on Fire” e “Hammer High” fizeram a banda ter o público na mão do início ao fim da apresentação.
Mais adiante, numa diferença rápida de 5 minutos após o término do show do grupo sueco, para encerrar as apresentações do palco Hot Stage, subia rapidamente ao palco uma das bandas de metal sinfônico mais famosas do mundo, Epica.
Créditos: Wellington Penilha e Marcos Hermes
Apesar do clima mais ameno de início da noite, em cima do palco, a banda liderada pela maravilhosa Simone Simmons e o guitarrista e também vocalista Mark Jansen fizeram a temperatura subir com seu show de fogos e pirotecnia à parte.
Crédito: Marcos Hermes
Além da excelente performance de metal sinfônico, a qualidade na apresentação estava de outro mundo, Simone deslumbrante com sua roupa e sua voz de notas únicas, a banda estava muito à vontade no palco, como se estivesse brincando num ensaio, desde a primeira música do set “Abyss Of Time” até a última “Consign to Oblivion” o grupo atravessou a sua discografia tocando todos os sucessos que se imaginar, ficando destaque para a música "Cry for the Moon” que teve um coro uníssono da plateia, além dos incríveis guturais de Mark Jansen e os teclados em formato de arco do Coen Janssen que chamava atenção aonde ele ia pelo palco.
Agora, fechando o segundo dia com chave de ouro, o Within Temptation, liderado pela vocalista Sharon den Adel, não prometeu nada, porém entregou tudo para o público que pensava que ia para casa achando que já tinha visto de tudo no segunda dia de festival, a banda se mostrou o porquê deveria fechar a noite.
Créditos: Wellington Penilha e Marcos Hermes / Within Temptation
A vocalista que subiu ao palco com vestido da bandeira do Brasil, já demonstrando amor e carinho pelo país, desse jeito já ganhou o carinho do público logo ao executar “The Reckoning” e em seguida “Faster”, tendo tocado ao total de 19 músicas, considerado o show mais longo do festival.
Dentre elas, destaque para “Raise Your Banner”, em que foi tocada em homenagem a Ucrânia e “Never-Ending Story” que foi tocada de forma acústica, assim passados longos 10 anos desde a última apresentação do grupo no Brasil, a banda mostrou –se confiante para ser headliner de um festival tão potente e visionário como o Summer, terminando assim com a ideia de missão cumprido, e ainda em certo momento, alguém no público passou mal e a vocalista Sharon den Adel fez questão de paralisar o show por alguns minutos até que lhe fosse prestado o atendimento.
Crédito: Marcos Hermes / Within Temptation
Por fim, era chegado ao fim o segundo dia de festival, que se mostrou forte a junção de tantos estilos variados como Power Metal, Gothic Metal, Thrash Metal e até o Metal Sinfônico, atraindo assim fãs para todos os tipos de gostos e podendo valorizar as grandes apresentações mulheres vocalistas, grandes Frontwoman’s que se destacaram com bastante relevância e que isso se repita por muita vezes, que haja esse espaço em grandes festivais destinados a rainhas de sonoridades diversas.
DOMINGO
O último dia do Summer Breeze em São Paulo pegou fogo!
No terceiro e último dia do Summer Breeze, o festival não fez jus ao nome, que em tradução literal significa "Brisa de verão", já que não estamos mais no verão e não tinha uma brisa para refrescar.
Com sensação de mais de 30º, o sol castigou quem estava no Memorial da América Latina naquele 28 de abril, já que o roqueiro de verdade não abandona suas camisetas pretas, que se encharcaram mais a cada show e cozinhavam o corpo de cada um.
Mesmo a pelo menos 1 hora de distância da praia mais próxima, era dia de fazer marquinha. Muitos não passavam protetor solar e deixavam o sol fritar o rosto, braços e nuca; outros se protegiam mais e usavam óculos de sol e bonés. Muitos tiraram a camiseta e usaram o que tinham na mão para fazer sombra. Valia tudo para ficar um pouco mais fresquinho.
Crédito: Alessandra Tolc / Torture Squad
A banda sueca Eclipse abriu os trabalhos no palco Ice Stage, quase que simultaneamente com o Torture Squad no palco Sun Stage, do outro lado da passarela do Memorial. Nos palcos principais, o setor comum já tinha muita gente se espremendo e tentando um lugar legal para acompanhar os shows, apesar da distância por conta da área VIP que beirava os palcos, área essa que no momento estava praticamente vazia.
Crédito: Diego Padilha / While She Sleeps
O While She Sleeps subiu ao palco na hora do almoço e já mostrou que o festival ia ser muito mais quente do que a temperatura que marcava nos termômetros. O som pesado e o vocalista Jordan Widdowson marcaram o show da banda, não só pelo seu estilo de se vestir (com destaque para a meia arrastão), como pelos momentos em que ele literalmente se jogou na plateia para cantar sem a menor frescura!
Na sequência, entrou o Overkill, medalhões do Thrash Metal, que ao contrário da banda anterior, atraiu a galera mais velha que estava presente no festival. Com menos holofotes da mídia do que deveriam ter, a banda trouxe alguns temas do seu último disco, misturado com alguns clássicos, tocados com a presença ilustre de David Ellefson, ex-baixista do Megadeth, substituindo o D. D. Verni, que desfalcou a banda devido a uma cirurgia no ombro.
Crédito: Rapha Garcia / Ratos de Porão
Dando um pulo rápido no palco Sun Stage (que, por ironia, não pegava sol), o Ratos de Porão fez seu show padrão: caótico, polêmico e com críticas sociais, representado pelas letras que, na voz do João Gordo, mal dá para entender, e pela exibição do símbolo do MST em uma bandeira em cima dos amplificadores e na camiseta do baixista Juninho. Mesmo a estrutura impedindo os costumeiros stage dives que costumam rolar nos shows da banda, o pau quebrou na roda de mosh.
Voltando para os palcos principais, no Hot Stage rolava uma apresentação quase circense do Avatar. Fantasiados como Ringmasters (Mestre de cerimônia circense) e com maquiagens, o grupo conseguiu arrancar um coro maior dos presentes, que já estavam em maior número nesse momento. O vocalista Johannes Eckerström e sua maquiagem estilo Joker conduziram o show como se fosse um espetáculo, com danças, monólogos engraçadinhos e poses ensaiadas, e junto dos seus companheiros cabeludos, rodavam suas madeixas balançando ao ritmo da música.
Crédito: Marcos Hermes / Carcass
O próximo show trouxe de volta o pessoal mais velho para a cena. O Carcass sofreu com o calor absurdo que fazia naquele momento, mas mesmo assim entregou um show que se esperava da banda: uma apresentação crua, pesada e com requintes de crueldade, traduzidas em suas letras com temática explicitamente sangrenta e perturbadora. Mas esse tom agressivo e brutal da banda foi vencido pelo calor, que fez o vocalista Jeffrey Walker mudar de cor durante o show. Nem os ventiladores colocados pela produção foram suficientes, e de uma cor de pele branca padrão britânico a um rosa padrão Patrick do Bob Esponja, o líder da banda teve que se refrescar com um saco de gelo na cabeça e até tocar sentado, sofrendo claramente com o sol que ia diretamente ao seu encontro, enquanto o guitarrista Bill Steer foi o único da banda que conseguiu se proteger, enquanto se escondia na sombra formada pelo monumento "Mão" do Oscar Niemeyer.
Créditos: Rapha Garcia e Diego Padilha / Killswitch Engage
Se era para pegar fogo, então o Killswitch Engage resolveu fazer isso literalmente. O grupo de metalcore de Massachusetts usou e abusou dos efeitos pirotécnicos, que criavam um cenário à altura do peso da banda, o que tirou a timidez de quem estava presente e fez com que muitas rodas de mosh surgissem não só na área comum, mas também no cercadinho da área VIP. O show foi intenso, regido pelo vocalista Jesse Leach, que inclusive foi para a plateia cantar junto, encerrando com um clássico cantado por muitos, inclusive aqueles que sequer ouviram falar na banda: "Holy Diver" do Ronnie James Dio.
Créditos: Diego Padilha e Marcos Hermes / Anthrax
Mas o ápice da loucura e caos aconteceu no show do Anthrax. Um dos "Big 4" do thrash metal, projeto formado pelo Anthrax, Megadeth, Slayer e Metallica, a banda é a mais animada delas e uma das mais esperadas do Summer Breeze. Começando o show com a trinca "Among The Living", "Caught in a Mosh" e "Madhouse", o Anthrax transformou o festival em um hospício: empurra-empurra, rodas de mosh gigantescas e até sinalizadores marcaram a apresentação, que contou até com a participação de Andreas Kisser tocando "I Am the Law", mas com certeza o ponto alto do show e o mais esperado pelos fãs e inesperado por quem nunca viu a banda, foi o breakdown da música "Indians", onde o Scott Ian levou o público ao delírio com rodas de mosh gigantes com seu famoso grito "WAAAAR DAAAANCE!"
Créditos: Wellington Penilha e Marcos Hermes / Mercyful Fate
E se o diabo é o pai do rock, nada mais propício do que encerrar a noite com um culto negro do Mercyful Fate ministrado por seu vocalista King Diamond , cantando letras macabras e exaltando o tinhoso sobre uma cenografia quase hollywoodiana de um templo satânico com cruzes e pentagramas invertidos. Com um visual inspirado no Alice Cooper, King trouxe músicas com temas obscuros e macabros que marcaram a história da banda e consagraram eles como um dos precursores do Death Metal. O público pôde assistir a um verdadeiro espetáculo, que não era visto pelos brasileiros há pelo menos 25 anos, desde a última vinda da banda, em agosto de 1999, em show único em São Paulo.
Crédito: Wellington Penilha / / Mercyful Fate
O Summer Breeze 2024 consagrou-se mais uma vez como um dos festivais mais importantes no Brasil e no mundo, com datas já confirmadas para 2025. Com certeza vai trazer muito mais nomes de peso e se firmar cada vez mais em nosso calendário de festivais.-
Texto por : Allan de Menezes e Matheus Obst
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